Já não queria mais, sentia que nada de bom podia extrair daquilo tudo, os momentos eram diferentes, os envolvidos eram diferentes, as opiniões então nem ousavam se cruzar, conversava mais com o cachorro do que com ela, preferia, já não se encantava pelo seu sorriso, passavam o dia próximos mas a distância era enorme quanto uma conversa em chinês - ela achava mandarim a coisa mais complexa do mundo, ele, achava que era ela - o toque era o mínimo possível, a troca de olhares já se transformara em obrigação há tempos, a conversa era monótona - por isso preferia o cachorro - Dormiam um para cada lado da cama, ela sempre pegava o edredon inteiro deixando ele descoberto, mas era o coração dele que se mantinha gelado na sexta-feira mais fria do ano.
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