quarta-feira, 28 de maio de 2008

Meninos de Argila

Meninos de Argila
Thiago Botana
Ilustração - Marcador em papel + ferramentas chatas de computador!


Penso em ser mudado o tempo todo. Penso então na minha inflexibilidade estabelecida previamente: pertence a meu ser, enquanto ser, esta rigidez de idéias. E não que eu deva me conformar em ser assim, porque não devo mesmo. Sinto-me farto de intenções razoáveis. Sei que jurei não me importar, todavia, não consigo. Se começar, fico fixo. Se parar, fico fixo. Se continuar, fico fixo também. Porém, se depois de ficar fixo, morrer, não estou fixo. Engraçado: estava a pensar que as regras deveriam valer para situações que se repetiriam. Então meu braço se cruza com outro braço e, outro de outro se cruza com o meu. Mas que braço que nada, essa extensão do meu corpo sem rosto parece também não me pertencer. Não tenho dedos. Nem unhas. Nem peles. Nem pelos. Nem poros. Estou desfigurado – ou talvez transfigurado para que possa me efetivar. Não sei, sinto-me um pouco doente também. Talvez devesse colocar-me perante essa suposta demonstração de carinho que sinto por mim. Então me posiciono forte, como um soldado.

Darei adeus em breve à minha amada. Faço um esforço enorme, mas minha expressão não muda. Estou com o mesmo aspecto de susto de antes. A boca um pouca aberta, fingindo respirar com pressa. Mas não tenho urgência para nada. Eu sou um menino de argila.

Texto - Noelle Falchi


E é isso, cada dia mais penso que essa parceria vai dar certo.
Uma Menina que conheci mulher, e uma Mulher que agora é menina.
E que me mostra que essa distância não importa, quando se escolhe as pessoas certas as coisas sempre vão bem! Tenho orgulho por ela ser assim, tão decidida, tão carismatica e, nossa quem diria, tão criativa, tão boa no que faz.

Espero que esse seja o primeiro de muitos trabalhos juntos.

Grandes Beijos

Nada Mais Não é Mais do Mesmo!