quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Da Realidade

Tem gente que quer ser louco. Perder a razão, alucinar, viver aventuras diferentes a todo momento do dia, busca em tudo uma ponta de falsa insanidade Tem gente querendo fazer sexo nos locais mais inusitados do planeta, que busca relacionamentos de uma noite para respirar o ar mais fundo uma vez na vida, alguns procuram uma sarjeta nova por minuto e encontram o melhor colo do mundo nos braços do asfalto, tem gente que escreve por não conseguir dizer. A vida não é feita de momentos que você constrói a partir dos filmes do Woody Allen, suas fantasias de Vicky Cristina Barcelona não farão parte da sua vida, e o Javier Bardem no máximo é um garotão filhinho de papai que cheira cocaína e não precisa se preocupar em como vai criar sua família de classe média. A única preocupação dele é com quem ele vai pra cama hoje. A realidade é aquela que te estende a mão enquanto você chora por quem não se importa, que manda você a merda quando teve um dia ruim no trabalho e que se arrepende, e faz isso muitas vezes ao ano, a realidade é aquela que fica feliz em te ver dormir na noite de natal, e quer te ver feliz, independente com quem, onde e como. A realidade é tudo aquilo que você não presta atenção, e quando presta, já é tarde demais! A realidade é aquilo que te estende a mão, e faz você viver todas as loucuras sem se preocupar se são ou não loucuras.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

LivreEspontâneaVontade

É o tipo de coisa que não suportava, dormir com o cheiro dela, todos os momentos que havia esquecido voltavam a tona quando a luz se apagava e o cheiro dela o abraçava - nada era mais confortável que os braços dela durante a noite - não os tinha mais, por livre e espontânea vontade não os tinha mais.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vício!

Chamou logo atenção de todos, encantadora do jeito, passava desapercebida em nenhum lugar. O sorriso de menina abraçava como uma mãe a aflição de qualquer coração - ali existia um coração aflito - o olhar desatento aos tantos que tentavam se cruzar com o seu cativava de tal modo a se deixar encontrar toda atenção do mundo - ali de fato existia grande parte da atenção do mundo - era um jeito de recostar a cabeça sobre ombros alheios que transformava qualquer cara feia em plenitude de bons carnavais - ali existia boas rugas de uma cara emburrada - o toque delicado da mão insegura que procurava uma proximidade que não existia para que as palavras pudessem sair naturalmente - ali com certeza existiam palavras por dizer.


Mas não prestava atenção em nada disso

Dali, já tinha seu vício.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Ponto Final (.)

Chegou em um momento da sua vida que descobriu que não sabia amar. Era diferente dos outros, não queria ser igual a essa gente! Pouco se importavam, muito era o que conseguiam - não ele - não podia oferecer o que queriam, ao contrário dos que atraiam, não gostava de fazer sofrer, se importava, era movido a sorrisos e bem estar. Mas não bastava, nunca bastou. Precisava desse tipo de epifania para ter seu ponto final - e teve - e não sabe muito ao certo a reação que teve o outro lado, mas não se importava, não mais (ponto final)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Bipolaridade!

Na verdade, não queria ser ninguém mais a não ser ele mesmo!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tem gente...

Tem gente que queria que eu fosse especial;

tem gente que queria que eu fosse mais presente;

tem gente que queria que eu fosse o homem dos seus sonhos;

tem gente que queria que eu fosse o pai dos seus filhos;

tem gente que queria que eu fosse todo carinhos;

tem gente que queria que eu fosse a calma do seu coração;

tem gente que queria que eu fosse o amante ideal;

tem gente que queria que eu fosse apenas quem eu sou;

tem gente que não tem ideia de quem eu queria ser.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Domingo Mais Frio do Ano

O que lhe atraia era mesmo a conquista, depois do esforço a calmaria sufocava qualquer momento, o prazer vinha através de olhos magoados e sentimentos que duravam a ir embora - se sentia completo - brincava com um jogo perigoso, mas sempre para os outros.


Mantinha a distância, se escondia atrás de todas as paredes que podia - se sentia segura - não queria mais aquilo de se sentir vazia, já tinha o que lhe preenchia. E era questão de tempo para que tivesse de novo.


Não valia um centavo, mas era de se apaixonar - sabia - e mantinha o passo, a valsa parecia um samba, e de rock'n roll só tinha as drogas, era uma overdose por dia, uma morte por dia. A falta era daquelas que preenchia.


Não ligava pra ninguém mais, mas era de ser importante - sabia - e mantinha o sorriso, que por fora era de uma falsa beleza que se escondia toda na parte de dentro, e ameaçava a vida de todos que pudessem vê-lo. A ameaça era daquelas que salvava.


E se faziam bem, até agora - não mais o meio do banco estava preenchido - olhavam, separados por um mundo de coisas, o por do sol de verão, no domingo mais frio do ano.

domingo, 15 de agosto de 2010

O Sábado Mais Frio do Ano

Curtia a dor do vazio lentamente, não olhava para ninguém mais, o olhar atirava direto para o horizonte, passava em branco por centenas de comentários de que não podia passar o resto da sua vida pensando no que podia ter sido - podia mas não foi - vivia no ontem e seus dias passavam em rewind, seu futuro era o passado e não queria nada diferente disso. O sorriso era o mesmo, o toque da mão no ombro era o mesmo, o perfume era o mesmo, as roupas eram diferentes mas o olhar ansioso também era o mesmo - olhar que continuava arrancando sorrisos desavisados - mudaram mas continuavam, cada um de um lado, evitando contato. Ela olhando pras paredes, ele olhando através delas, e a única coisa quente eram as cores, no sábado mais frio do ano.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Sexta-Feira Mais Fria do Ano

Já não queria mais, sentia que nada de bom podia extrair daquilo tudo, os momentos eram diferentes, os envolvidos eram diferentes, as opiniões então nem ousavam se cruzar, conversava mais com o cachorro do que com ela, preferia, já não se encantava pelo seu sorriso, passavam o dia próximos mas a distância era enorme quanto uma conversa em chinês - ela achava mandarim a coisa mais complexa do mundo, ele, achava que era ela - o toque era o mínimo possível, a troca de olhares já se transformara em obrigação há tempos, a conversa era monótona - por isso preferia o cachorro - Dormiam um para cada lado da cama, ela sempre pegava o edredon inteiro deixando ele descoberto, mas era o coração dele que se mantinha gelado na sexta-feira mais fria do ano.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A Quinta-Feira Mais Fria do Ano.

Procurava nos outros a felicidade, não contente deixava a melancolia com o toque de seus lábios, era linda - e sabia, e se usava, e deprimia - jogava com corações sinceros, as vezes com pervertidos e daqueles que mais gostava: os metidos a homem pra casar. Odiava homens pra casar - eles eram bons demais com crianças, sabiam cozinhar, inteligentes e acertavam no lugar, horário e presente de natal. Mas ainda assim eram maníacos por futebol aos sábados, colecionavam figurinhas da copa e largavam a toalha em cima da cama - colecionava cartões de reconciliações, tentativas, era linda - e sabia, e se usava, e deprimia - se deprimia quando lembrava do toque dele, que parecia ser a única coisa que iria esquentar na quinta-feira mais fria do ano.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A Quarta-Feira Mais Fria do Ano.

Acompanhava o jogo na TV enquanto tentava mexer o nariz. Maldita mania que tinha "aprendido" com ela - dizia que era bonitinho - viciado passava vergonha em lugares públicos, e o pior é que lembrava dela quando riam escondido da sua cara. A única coisa que gostava nela era o chocolate quente que fazia, chocolate, coisa que parou de tomar no instante em que pós os pés pra fora de casa - pés no momento sem meias e gelados pela quarta-feira mais fria do ano.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A Terça-Feira Mais Fria do Ano.

Preferia o silêncio a ouvir novamente a voz de quem o fazia tanto mal. Não era exatamente prazer que sentia ao sofrer, mas buscava constantemente situações que lhe permitiam degustar a compaixão de outros. Se perdia no que não sentia - apesar de que a vontade não faltava - pensava sempre que talvez nunca tivesse e que provavelmente nunca sentiria. Intenso era tudo que colocava pra fora contrapondo tudo que vinha para dentro. O ar era vazio - e frio - no momento só pensava em alcançar mais um cobertor, a única coisa que esquentava na terça-feira mais fria do ano.

domingo, 8 de agosto de 2010

A Segunda-Feira Mais Fria do Ano.

Ela caminha pensativa sobre quem havia se tornado, estava alienada de desejos da alma, o pé enraizado não deixava com que ela fosse levada. Sentia falta do vento no rosto. Contavam-lhe histórias sem pé nem cabeça e muitas coisas que ela gostaria de ter vivido, dançava com a intensidade de criança mas por dentro sentia as pernas cansadas. Chorava ao acordar pela manhã. Não via o copo meio cheio nem meio vazio, simplesmente queria que fosse pro inferno toda ladainha, metade cheia ou vazia! Queria amor de verdade, trabalho que desse tesão, tesão que acabasse na cama de conchinha. Queria cerveja gelada com bolo de chocolate - gosto é gosto, ela particularmente gostava do desgosto - o pé na areia a cada quinze dias e fazer quantas tatuagens tivesse vontade. Tinha vontade de respirar vida, mas a fumaça do malboro light atrapalhava. Tinha vontade de parar de fumar mas o vício era necessário para a pouca convivência social que tinha. Queria preencher mais o espaço dentro dela mesma, se sentia pequena dentro de si. Mas já estava atrasada, passou a mão nos fones brancos de ouvido e saiu com os cabelos ainda molhados do banho da segunda feira mais fria do ano.

sábado, 10 de julho de 2010

Tropeço

Oi.tudo.bem?Me.deixa.em.paz?Valeu.fui!

domingo, 4 de julho de 2010

(Com)Postura

Não pedi pra ser modelo para ninguém, alias não sirvo pra ser modelo de tipo algum. Não sou salvador de vidas, nem da minha cuido bem. Não, não, também não preciso e nem quero ser salvo. Sou mescal em excesso. Apenas vivo, sobrevivo, não me importo, parei pra pensar em mim. Sua vida não faz parte da minha, e não deveria influenciar nas minhas decisões. A verdade é que eu não admito posturas como a que eu mesmo tenho, abro mão por ti, mas não pra ti, enquanto o que eu quero você já decidiu. Me importo sim, mas não do jeito que você gostaria que fosse. Rio de nervoso e mantanho o sorriso, nem pra esquerda nem pra direita, agora é hora de ir em frente.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Assim sou, talvez!

Sinto falta de sorrisos pela manhã. Gritos estalados me fazem um bem danado, ainda mais quando acompanhado de risadas. Fico mais fraco.

Tenho uma atração esquisita por encrencas, vira e mexe acordo no meio de uma sem tempo de fugir. Fico mais forte!

Quando a música é boa, fecho os olhos para o que passa por mim absorver tudo de bom que tem naquilo. Fico mais fraco.

Ando sempre de pernas pro ar, me encontro apenas com olhares que quero, os que não quero, costumam me pegar desprevinido. Fico mais forte.

Acelero sempre que não posso, e sempre que posso desacelero.

Tenho mania de aproximação, e de me mostrar de tantas maneiras diferentes que poucos conseguem me perceber do jeito que realmente sou.

Moro em 6 centímetros quadrados, no peito apertado de um jovem paulistano.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Liberdade Poética

Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:

— Diga trinta e três.

— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .

— Respire.

— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.

— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?

— Não. A única coisa a fazer é tocar um ROCK argentino.


Manuel Bandeira que me desculpe. Mas fiz! =)